22 dezembro 2006

Celebrando a nova Aliança no Natal

O Natal não é apenas o nascimento de Jesus. Pensar nele assim é limitar o seu real significado. Quando Cristo nasceu, ele inaugurou a nova Aliança, e se fez o nosso representante diante do Pai, como Mediador deste Pacto da graça. O Redentor é o cumprimento das promessas do Antigo Testamento. Desde o Jardim do Éden, o nascimento do Filho de Deus é ansiado (Gn 3:15). Ao decorrer de toda a antiga Aliança foram acrescentadas novas promessas e profecias descrevendo com detalhes como o Salvador se manifestaria no mundo, reconciliando pecadores com o santo Deus. Por isso, Ele é chamado de Cristo [do hebraico mashiah: que significa prometido].

Hoje podemos olhar para o passado e visualizar toda a obra da redenção consumada. Por isso, não devemos nos limitar a comemorar somente o nascimento de Cristo, mas podemos nos alegrar com toda a salvação realizada por Ele. A sua encarnação apenas inaugurou todo o processo que culminaria na Sua vergonhosa morte na cruz (Fp 2:5-11; 2 Co 5:18-21).

A verdadeira celebração começa na conversão. Não é possível festejar o nascimento de Cristo sem passarmos por um novo nascimento (Jo 3:3-15). Não é possível comemorar o nascimento do Salvador, vivendo escravo do pecado, sob a ira de Deus, desprezando a graciosa salvação. Cristo veio precisamente para perdoar e salvar o que estava perdido (Lc 15).

O verdadeiro sentido natalino somente se tornará real, quando você entender que “se confessarmos os nossos pecados, Ele [Cristo] é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça” (1 Jo 1:9). Se não tivermos dado boas vindas a Cristo em nosso coração, não temos a alegria da salvação, e conseqüentemente, o Natal será apenas comida e bebida, mas não haverá “justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm 14:17).

Abençoadas festas celebrando a Aliança do Senhor contigo, em Cristo Jesus o Mediador.

20 dezembro 2006

Que presente é este?

Celebramos o aniversário da nossa igreja, a Igreja Presbiteriana de Porto Velho, no dia 18 de Dezembro! Estamos completando 29 anos de organização. Mas, desejo perguntar-lhe o que você fez para enriquecer a nossa comunidade? Não estou perguntando de dinheiro, a minha questão se refere à sua participação no Corpo de Cristo. Os valores do reino de Deus “não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm 14:17). Refazendo a minha pergunta: no desenvolver de 2006, você e a sua família se tornaram mais ricos e nutridos de justiça, paz e alegria no Espírito de Deus?

Dar um presente à nossa igreja não é simplesmente comprar um objeto para colocar no templo, ou em qualquer outro lugar que envolva o nosso patrimônio físico. Presentear a nossa igreja começa com o preparar-se para viver na presença de Deus, aceito por Ele. Alguns atos simples se tornam em preciosos presentes quando cuidamos com carinho da nossa família; ou, sinceramente exercendo a nossa comunhão com os irmãos; preocupando-nos uns com os outros; chorando e nos alegrando juntos; cooperando nas programações; aceitando os desafios dos novos projetos com discernimento; e, quando buscamos àqueles que ainda não têm Jesus como o seu Salvador pessoal, conduzindo-os ao amor de Deus (Jo 3:16).

Talvez, você agora me pergunte: mas, que presente é este? É um presente para a igreja ou para mim mesmo? Realmente a resposta está na sua questão! Você é membro da igreja, a sua família é parte muito importante do Corpo de Cristo, então, ao cuidar da sua família, e ao conduzir a sua família a participar do convívio saudável do povo de Deus, você estará presenteando toda a igreja. Quanto custa a felicidade da comunhão familiar e da igreja? Não podemos trocar os valores: não se esqueça que pessoas são sempre mais importantes do que as coisas.

Prepare-se para dar à nossa igreja a sua santidade pessoal, o seu amor, apaixone-se pela nossa comunidade, assuma compromisso de cuidar das pessoas que convivem conosco, que com a nossa família são parte da grande família de Deus. Ninguém saberá o que você quer dizer quando fala que Deus é amor, se você não agir conforme o que se fala.

Seja a tua fidelidade e obediência em tudo ao Senhor o teu verdadeiro presente ao Senhor da nossa igreja. O presente que é entregue por obrigação não é recebido com alegria. A Escritura diz: ... eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura de carneiros (1 Samuel 15:22). Por isso, é possível dar sem amor, mas é impossível amar sem dar. Apenas somos o que amamos.

07 dezembro 2006

O perigo do orgulho

Orgulho é a disposição de mostrarmos uma condição superior àquilo que realmente somos. Por mais capazes que sejamos, nunca poderemos nos esquecer que Deus nos faz servos. Por isso, no Antigo Testamento a palavra hebraica para orgulho realça a altivez ilusória da pecador, e no Novo Testamento, a palavra grega refere-se ao engano de olhar por cima dos demais, considerando-se superior aos outros. Em nossa cultura também expressamos esta verdade ilustrada pelo provérbio: fulano pensa que está por cima da carne seca.

O orgulho tem variadas formas de sinônimos. Pode ser chamado de arrogância, presunção, altivez, insolência, ostentação, pedantismo e soberba. Embora, haja variação no uso de cada um destes verbetes, mas a causa, a raíz, o desenvolvimento e o resultado sempre serão os mesmos.

Esta disposição transforma-se em pensamentos, motivações, sentimentos e finalmente atitudes. É interessante como este pecado é tão comum em todo ser humano, e ao mesmo tão prazeiroso, e tão difícil de ser reconhecido em si mesmo. Mas, é precisamente por causa do próprio orgulho, é que ele se esconde, somos motivados pelo sentimento de auto-preservação. O orgulho é sujo demais para aparecer manchando a nossa tão ilustre imagem!

O orgulho conduz e induz à outros pecados. Por exemplo, a auto-suficiência faz com que neguemos a necessidade da mutualidade [uns aos outros]; a competividade gera desprezo pela superioridade e excelência do outro, produzindo em nós inveja do seu desempenho, ou prosperidade; o engano de sermos superiores nos ilude em ostentar um status e valores que realmente são vaidade; o próprio saber perde o seu propósito produtivo tornando-se em pedantismo; e a lista não termina...

Mas, o orgulho de cada um compete com a soberba dos demais. Outro ditado diz que dois bicudos não se beijam. Responda com sinceridade às seguintes perguntas de auto-avaliação: 1) o quanto me desagrada ser desprezado?; 2) sinto-me ofendido quando recusam dar-me atenção?; 3) qual a minha reação quando um orgulhoso se aproxima de mim, ostentando a sua própria soberba?; 4) aceito que outras pessoas [confiáveis] se intrometam na minha vida [prática da mutualidade]?

Geralmente as pessoas não percebem, mas o orgulho pode ser um estímulo para derrotar pecados mais simples. No impulso do orgulho "ferido" o covarde reage! Para não ser desprezado é possível dominar, sem mudar, o mau gênio. Com medo do escândalo algumas pessoas evitam uma vida de promiscuidade, mas quando estão seguras entre estranhos se soltam e fazem aquilo que realmente são. Por fim, o orgulho pode ser a motivação para a vaidade, mas também o inibidor dela. O real problema é que o orgulho não aperfeiçoa a pessoa, apenas produz uma maquiagem temporária, para que o soberbo não entre em prejuízo nos seus interesses pessoais.

O resultado final do pecado que ostenta, e que nos ilude com uma pseudo-elevação [altivez] será uma desgraçada queda. Os efeitos do orgulho são: engano do coração [Jr 49:16]; endurecimento da mente para a verdade [Dn 5:20]; produção da inimizade [Pv 13:10]; leva à auto-destruição [Pv 16:18; 2 Sm 17:23]; esgota as energias, porque o esforço de manter o orgulho é demasiado difícil para ostentá-lo de forma permanente [Sl 131]. A Palavra de Deus diz que ele resiste ao soberbo [Tg 4:6].

A cura para o orgulho não está na maturidade obtida com os anos. Não é o acúmulo de conhecimento, ou de experiências que lhe habilitará vencer o seu orgulho, mas apenas o quebrantamento produzido pelo Espírito do Senhor. A Escritura Sagrada ordena-nos humilhai-vos na presença do Senhor, e ele vos exaltará [Tg 4:10].