31 janeiro 2007

Não desperdice o seu sofrimento!

O tempo enquanto estamos padecendo um problema parece ser infindável! Criamos uma expectativa de que acabe logo. Lembramos da promessa em Pedro de que “por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações” (1 Pe 1:6). Nestas horas desejamos ansiosamente que este breve se torne mais curto ainda do que o necessário. Mas Deus é o Senhor do tempo, é Ele quem decide “o tempo de chorar e o tempo de rir” (Ec 3:3).

Por isso, não use o seu sofrimento para cultivar a auto-compaixão. As pessoas naturalmente se sensibilizam com a sua dor. Mas, quando você usa a dor para despertar propositalmente nas pessoas compaixão por você, isto pode ter um efeito negativo. É possível que você seja interpretado como sendo um murmurador. Daí, a compaixão diminui, e desperta nas pessoas um sentimento de indiferença!

A murmuração nunca serviu de anestésico. Reclamar não alivia a dor, nem consola o coração. É uma atitude difícil, mas não impossível manter uma disposição de gratidão e dependência enquanto sofremos. O paciente Jó após perder todos os seus bens, e saber da morte de todos os seus filhos, declarou “o Senhor o deu, o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor” (Jó 1:21). Este foi um misto de desabafo, dependência e adoração, mas não murmuração. É fácil não reclamar enquanto tudo está bem, mas no momento em que padecemos surge o mais propício cenário de gratidão.

Creio que o nosso Deus não apenas, usa o nosso sofrimento, mas tenho a convicção de que ele também o planejou com o propósito de ensinar-nos. Quando nos damos o direito de reclamar simplesmente desperdiçamos o aprendizado do sofrimento. Não devemos nos concentrar na dor, mas no que Deus quer nos ensinar. Quando o Senhor mexe em nosso sistema nervoso, Ele realmente quer tornar-nos pessoas de fibra, quer quebrantar o nosso coração, e abrir os nossos olhos para a Sua glória. Não desperdice o seu sofrimento.

24 janeiro 2007

A justiça de Deus

Uma definição simples da justiça divina é que ele é o atributo que reflete a integridade moral de Deus. A justiça de Deus não inocenta os culpados, por mais escondidos que eles estejam, nem culpabiliza os inocentes, por mais caluniados que eles sejam. Deus é onisciente e conhece a dimensão exata da nossa culpa, e também sabe quando alguém está transferindo sobre outrem uma falsa culpa. Assim, quando Adão lançou a sua acusação contra Deus e sua esposa, pelo seu pecado, o Senhor puniu todos segundo a iniqüidade de cada um. Não há injustiçados nem omissões no tribunal divino.

A justiça de Deus tem motivo certo e medida certa. Embora a santidade ofendida seja de grau infinito, exigindo uma punição eterna, ela não será aplicada nos escolhidos de Deus, pois, esta punição foi imputada no amado Filho, sobre a cruz. Mas, por causa do Seu redentor propósito eterno, Ele decidiu condicionar o Seu perdão ao nosso arrependimento (At 3:19). Ele nos pune para manifestar a Sua glória, sem excessos, corrigindo e educando-nos para vivermos a Sua santidade, à imagem de Cristo.

A justiça de Deus não é negociada, não é comprada, nem é subornada. A Sua justiça muitas vezes, ao nosso parecer, é lenta: porque ela não está a serviço de poder econômico algum, de poder político algum, de religioso algum. Deus é independente de qualquer necessidade e absoluto em Suas decisões. Nada pode intimidá-lo na aplicação da Sua justiça. Ninguém pode manipular os resultados dos Seus juízos, nem torcer aos padrões da Sua retidão.

Deus retribui a cada um segunda a sua medida. A justiça de Deus separa o falso do verdadeiro, o joio do trigo, o fingido do autêntico, o condenado do perdoado, o incrédulo do crente, o perdido do salvo. A justiça de Deus coloca de um lado as boas obras meritórias e do outro, as boas obras produzidas pelo coração purificado e agradecido. Deus é inerrante em Suas sentenças, bem como é exato em suas recompensas.

A justiça de Deus traz à tona os pecados não confessados nem abandonados, e joga no lixo os pecados arrependidos. A justiça de Deus é terrível para aqueles que amam mais a impiedade do que a Sua santidade. Ela se manifesta agora de forma esporádica e há de se revelar no futuro próximo de forma conclusiva. É o que chamamos de juízo final! A Escritura declara em tom absoluto e solene: Deus é justo juíz, Deus que sente indignação todos os dias (Sl 7:11).

04 janeiro 2007

Santo ardor

Neste primeiro artigo de 2007 desejo lhe perguntar : como está o seu processo de crescimento na graça e a sua intimidade no andar com Deus? Esta é uma preocupação que me acompanhará o ano todo, por isso, quero compartilhar a minha principal preocupação como pastor. Desejo saber se você tem ansiado ardentemente se beneficiar dos meios públicos de graça, como os cultos, a Ceia do Senhor, a pregação da Palavra e da oração? O teu Cristianismo é mera religiosidade, ou a real expressão de uma reconciliação com Deus, em Cristo Jesus?

Fico profundamente angustiado quando percebo no meio do povo de Deus uma espécie de mornidão espiritual. A indiferança e a religiosidade rotineira é algo ofensivo ao Senhor. Com temor, advirto que Deus sente nojo deste tipo de vida e com franqueza Ele declara que "estou a ponto de vomitar-te da minha boca" (Ap 3:15-17). Talvez, você esteja tranqüilo por não ter uma vida com pecados públicos e escandalosos, todavia, pecados de omissão também são ofensivos à santidade de Deus, por serem desobediência ativa aos Seus santos mandamentos.

Ouça atentamente algumas sugestões inadiáveis. Saiba que as lutas espirituais que você trava na sua alma, eu as conheço muito bem, pois também sou herdeiro do legado de Adão, e, pela graça de Deus, como você desfruto da nova aliança, em Cristo. Por isso, aconselho que você:
1. Mortifique a cada dia, mais diligentemente, os seus pecados; e, faça isto pela confissão sincera e arrependimento verdadeiro. Solicite ao Espírito Santo que meça cada recanto da sua obscura alma, e clame para que Ele seja misericordioso em iluminar os pecados que você não consegue perceber na sua vida, mas que estão sendo motivo de zombaria entre os demônios.
2. Memorize muitas porções das Escrituras e medite nelas em todo o tempo. Nutra a sua alma com este santo alimento, e mastigue bem cada porção, degustando o delicioso sabor que ela contém, para que todas as suas proteínas possam ser absorvidas.
3. Jamais despreze a oração diária. Não seja tolo em acreditar que você pode passar uma hora sequer do dia sem estar em espírito de oração, na presença do Onipotente. A presença do Senhor é o lugar que o pecado é aniquilado, e os demônios não têm acesso. Quando aprendemos a desfrutar desta maravilhosa relação, a sedução de Satanás e o transitório prazer do pecado tornam-se em mesquinharias diante do que é eterno.
4. Compartilhe da comunhão dos filhos de Deus quando se reunirem para adorar o Altíssimo. Mas, nunca se esqueça do seu culto pessoal.
5. Seja um discipulador, pois quando temos o privilégio de conduzir um eleito de Deus aos pés de Jesus, experimentamos um gozo indizível que renova a nossa alegria da salvação.

Se você não sente prazer nestas práticas, você está enfermo espiritualmente! Seja sincero, e procure auxílio rápido, antes que o câncer se aloje em sua alma e você se torne ineficiente para toda a boa obra no reino de Deus! Antes que Satanás tenha vitória sobre a sua vida, e os dons que você recebeu do Senhor sejam encardidos pela vergonha. Antes que você seja lembrado pelo estrondo dos seus pecados, e não pela sinfonia da graça de Deus. Talvez, as minhas advertências soem demasiadamente duras aos seus ouvidos. Não creio que um médico possa ser considerado honesto ao ler um exame e omitir ao paciente a gravidade de sua saúde. Do mesmo modo, não posso falar de um assunto tão sério em tom de brincadeira, e dizer que não há nada para ser corrigido. Salomão disse: "leais são as feridas feitas pelo que ama, porém os beijos de quem odeia são enganosos" (Pv 27:6).

Neste ano que se inicia nunca se esqueça de orar por seu pastor. Como declarei no início, estas são as minhas preocupações com todo o rebanho que o Senhor confiou ao meu pastoreio, mas são as minhas angústias pessoais: em não ser reprovado naquilo que estou pregando. Que Deus tenha misericórdia da Sua igreja, que Ele tenha misericórdia de mim. Amém!