28 fevereiro 2007

Continue a orar

Nós oramos. Às vezes, em silêncio. Outras vezes, em voz alta. Oramos, por mais de 17 anos, pela saúde de nossa filha Melissa, por orientação, por sua salvação e muitas vezes por sua proteção. Assim como oramos por nossos outros filhos, pedimos que a mão de Deus estivesse sobre ela, cuidando dela.

Quando Melissa chegou aos seus anos de adolescência, oramos ainda mais para que Deus a guardasse do mal - que mantivesse seus olhos sobre ela e seus amigos quando começaram a dirigir. Nós oramos: "Deus, por favor, proteja Melissa".

Então, o que aconteceu? Será que Deus não entendeu o quanto machucaria tantas pessoas, perder a esta linda jovem desta maneira, com tanto potencial para servir-lo e servir a outros? Será que, naquela noite cálida de primavera, Deus não viu o outro carro aproximar-se?

Nós oramos. Mas Melissa morreu.

E agora? Vamos parar de orar? Vamos desistir de Deus? Vamos tentar seguir sozinhos?

Absolutamente, não! A oração é ainda mais vital para nós agora. Deus - nosso inexplicável e soberano Senhor - ainda tem o controle. Seus mandamentos para orar ainda são válidos. Seu desejo de ouvir-nos ainda persiste. A fé não exige o que queremos; ela confia na bondade de Deus, apesar das tragédias da vida.

Nós sofremos. Oramos. E continuamos a orar.

Deus pode negar nossos pedidos, mas nunca vai decepcionar nossa confiança.

- J. David Branon

Extraído do devocionário Nosso Andar Diário 27 de Fevereiro de 2007.

24 fevereiro 2007

Porquê participar dos grupos familiares?

A nossa igreja possuí o ministério em pequenos grupos. Mas, a maioria dos nossos membros ainda não descobriu os benefícios deste rico recurso. É possível que alguns pensem que esta seja mais uma atividade semanal. Trabalhamos com grupos familiares porque a igreja cristã desde o seu início também existia em pequenos grupos (At 20:20; Rm 16:5, 10, 14-15; 1 Co 16:19; Fp 4:22).

A nossa vida agitada não nos permite ter o convívio necessário para nutrirmos relacionamentos saudáveis com os irmãos. A prática da mutualidade cristã vai se esfriando, e passamos a conversar apenas após os cultos. Mas, muitos mau saúdam os irmãos e já vão embora. Estamos criando uma comunidade que se reúne regularmente, mas que são estranhos uns aos outros! Não temos a oportunidade de amar, sujeitar-nos, aceitar, ter cuidado, edificar, ensinar, aconselhar, servir, e orar uns pelos outros. Sem a prática da mutualidade estamos matando a comunhão! Não somos a família de Cristo? Que espécie de Cristianismo estamos vivendo?

Na participação dos grupos familiares, cada pessoa exerce o seu sacerdócio universal dos santos. Esta doutrina foi ressuscitada na Reforma do século 16, e ensina que podemos, por nós mesmos, ter livre acesso a Deus e ao estudo da Sua Palavra, compartilhando o que temos aprendido e experimentado pela iluminação do Espírito Santo. Não precisamos de mediadores humanos, pois temos um Mediador perfeito, que é suficiente e o único que é aceito diante do Pai (At 4:11-12). Todos têm a oportunidade de ministrar na vida uns dos outros, em cada reunião, compartilhando as bençãos de Deus. Oramos uns pelos outros, exortamos, aconselhamos, repreendemos, submetemos, edificamos uns aos outros através do nosso sacerdócio. Cristo é o perfeito sumo-sacerdote, e nos chama para ministrar como seus auxiliares, pois somos membros do Seu Corpo (1 Pe 2:9-10).

Este ministério tem se mostrado eficaz como um meio de evangelização. Igrejas que têm adotado os pequenos grupos se fortalecem e crescem naturalmente, pois a quantidade de pessoas que se reúnem semanalmente nos grupos, alcançam muitos vizinhos que ainda não são salvos em Cristo. É importante notar que muito mais membros acabam se envolvendo na evangelização.

A nossa igreja está reestruturando o ministério com grupos familiares. Estamos aprendendo juntos como desenvolver melhor este modelo de ser igreja neotestamentária. Você também pode participar conosco deste processo: 1) ore ao Senhor e avalie como está a sua vida de comunhão com a igreja; 2) converse com o pastor sobre o assunto; 3) reúna-se com um dos grupos familiares; 4) disponha-se em servir no que for necessário. Certamente que você não se arrependerá, e toda a nossa igreja será mais saudável e produtiva no reino de Deus.

17 fevereiro 2007

Buscando santo prazer em período de Carnaval

O nosso Breve Catecismo de Westminster em sua 1a. pergunta questiona "Qual é o fim principal do homem"? A resposta é: "Glorificar a Deus e gozá-Lo para sempre". Este gozo, ou prazer não é pecaminoso porque Deus nos fez para sentir prazer em Sua Presença e na obediência da Sua vontade. Entretanto, a nossa sociedade pós-moderna têm se inclinado aos pés de um ídolo sentimentalista chamado "Hedonismo" que é a busca do prazer tendo como um fim em si mesmo. Assim, ele se torna pecaminoso porque foge do seu propósito, e é buscado por motivações egoístas.

O Carnaval é o período em que as pessoas se entregam as festividades de um modo desenfreado. A carnalidade aflora, e toda espécie de sentimentos e provocações sensuais são estimuladas sem a preocupação de se ofender a consciência e a convicção de santidade dos cristãos. É contraditório que enquanto a lei brasileira que exige respeito e oferece o recurso legal de processar uma pessoa por atentado ao pudor, ou assédio sexual, neste infame período de Carnaval, permita que toda sorte de imoralidade seja praticada para demonstrar a selvageria da natureza humana, e em muitos casos, aprovada e financiada pelos governantes! A contradição colhe um alto preço.

Infelizmente, há aqueles que possuindo uma "mente aberta" defendem o Carnaval como uma festividade cultural e produtiva para a economia brasileira. Entretanto, esta festa pagã é um lado ruim da cultura brasileira que não nos enobrece. A cultura de uma nação somente deve ser cultivada se ela oferece honra a todo o país. No Carnaval, as nossas mulheres são expostas à uma baixa sensualidade, e na mídia o mundo conhece o Brasil do Carnaval, da imoralidade, da prostituição barata e fácil, dos filhos que nascem resultado de relações sexuais ilícitas, de doenças sexuais, casamentos desfeitos, das drogas que são consumidas nas festas, e uma enxurrada de conseqüências a médio e longo prazo. Mas, alguns ainda insistem que é possível brincar de modo saudável! Mesmo que não seja a saúde física prejudicada com doenças, bebidas e drogas, a agressão da consciência induzindo-a à imoralidade sensual é inegável. Não existe Carnaval inocente.

O prazer não é nessariamente felicidade. (Hq 3:16-19). A felicidade se baseia na obediência da vontade de Deus revelada na Escritura Sagrada. Para sermos felizes é necessário a aprovação de Deus sobre a nossa vida, e para isso, devemos amar a Palavra de Deus. O pecado oferece prazer, mas não tem resultado benéfico. O seu prazer é passageiro, e as suas conseqüências são dolorosamente extensas (Hb 11:24-26).

O anseio pelo prazer foi implantado em nós quando Deus nos criou. Todavia, não podemos nos esquecer de que o pecado distorceu toda a nossa natureza, colocando em total desordem quem somos e o propósito para o qual Deus nos fez. Somente encontraremos prazer como realmente ansiamos quando nos realizarmos em Deus. Aurelius Agustinho em seu livro Confissões (escrito 397-400 d.C.) disse: "tu o incitas para que sinta prazer em louvar-te; fizeste-nos para ti, e inquieto está o nosso coração, enquanto não repousa em ti".

As nossas necessidades nunca serão satisfeitas no pecado. Mesmo que a cobiça desperte as nossas necessidades e prometa que poderemos ser felizes no erro, não devemos aceitar a mentira e a imoralidade como um padrão aceitável diante de Deus.

07 fevereiro 2007

Conselhos práticos sobre o jejum

O que é o jejum cristão?
O jejum cristão é a negação do apetite natural para a comida, de uma convicção do seu verdadeiro uso na Escritura, e com o propósito de glorificar a Deus, pela mortificação do pecado, e de gozar da misericórdia, pelos méritos de Jesus Cristo somente.

1. Quanto ao modo, pode ser a rejeição completa da comida por um período de tempo (2 Sm 12:16), ou, é a rejeição parcial da comida por um período de tempo (Dn 10:2-3).

2. Não se pratica o jejum apenas pela veneração da tradição, embora os servos de Deus em todos os período da história observaram a prática do jejum. Nem se deve jejuar simplesmente porque uma autoridade tenha ordenado. Nem por legalismo de uma mera justiça externa com o objetivo de ser visto pelas pessoas (Mt 6:1, 16-18). Nem mesmo tem o propósito de promover alguma forma de ascetismo, especificamente, a crença de que o corpo é mal e por isso, tem que ser castigado. Pelo contrário, deve ser oferecido como um ato de louvor a Deus com uma convicção sincera de que Deus nos convoca para jejuar em certas ocasiões (Mt 17:21; At 14:23).

3. A meta principal de jejuar, como em todas as outras coisas, é para a glória de Deus (1 Co 10:31).

4. A meta secundária de jejuar é a mortificação do pecado. Devemos enfraquecer o domínio do pecado, humilhando e arrependendo-se do pecado, e experimentando o prazer da misericórdia e da graça de Deus (Rm 8:13; Gl 3:5-11).

5. A base de todas as bençãos que Deus graciosamente nos concede é somente e sempre a pessoa e obra de Jesus Cristo. Não há nenhum mérito em nossas obras de justiça, nem mesmo nos jejuns.

Onde se encontra a ensino do jejum na Escritura?
O jejum cristão é ensinado em toda a Escritura (2 Sm 12:16; Ne 1:4; 2 Cr 20:3; Jn 3:7, 8; Lucas 4:1-13; At 14:23; Mt 6:16-18; 17:21). Tanto na antiga, como na nova Aliança o povo de Deus praticou o jejum como um ato de consagração pessoal. O jejum não cessou no Novo Testamento, como alguns pensam, mas tem a sua continuidade comprovada tanto por Jesus, como pela Igreja no período posterior ao Pentecostes.

Por que alguém deveria jejuar?
A motivação do jejum certamente é a questão mais importante quando se estuda este tema. Muitas pessoas são zelosas em se dedicarem ao jejum, todavia, o fazem com motivações erradas, e correm o risco de não serem aceitos por Deus. Pelo menos cinco razões poderão ajudar a esclarecer esta questão:

1. A prática do jejum é necessária, pois Deus ordena praticá-lo.

2. Porque os seus sentimentos e apetites estão inclinados para as coisas deste mundo, e no jejum você volta os seus sentimentos das coisas desta vida para as coisas de Cristo.

3. Porque o orgulho e a auto-suficiência impedem a sua convivência com Deus. O jejuar, entretanto, revela a sua insuficiência e a nossa plena satisfação em Deus. A debilidade física que se sente ao jejuar, deveria lembrar a fragilidade humana diante um Deus absolutamente soberano e infinitamente santo.

4. Porque você deseja mortificar o pecado e regozijar-se na misericórdia de Deus.

5. Porque você necessita de poder espiritual e sabedoria que procede de Deus. Os discípulos após terem recebido a autoridade de expulsar os demônios numa jornada missionária (Lc 9:1-6) regressaram para relatar as grandes coisas que se fizeram nas cidades por onde haviam passado (Lc 9:6, 10). Todavia, quando a autoridade sobrenatural concedida para a sua jornada missionária terminou, os discípulos necessitaram de recorrer a oração e ao jejum (Mt 17:21). Do mesmo modo os apóstolos, e as igrejas do primeiro século reconheciam a sua necessidade absoluta de sabedoria e poder para escolher e ordenar os presbíteros, com um tempo dedicado ao jejum e à oração (At 14:23).

Quem deveria jejuar?
Todos os que podem praticá-lo como uma obra de adoração a Deus com uma consciência sincera, sem superstição, legalismo, ascetismo, ou hipocrisia. Pode-se inclusive estimular as crianças para o jejum, do mesmo modo que se deve ensiná-los a orar, mas, eles devem ser instruídos acerca do que é o jejum com suficiente clareza, e sobre a sua necessidade.

Quando se deve jejuar?
Em geral, deveríamos jejuar muito mais do que costumamos fazer. Não podemos pensar em apenas jejuar somente quando temos problemas, mas também como uma medida preventiva para encher-nos com sabedoria e poder e evitar crises.

Como deve ser praticado o jejum?
O jejum pode ser praticado individualmente, ou em família, quando ocorre a necessidade pessoal. Com a igreja inteira, quando é convocada pelo pastor, ou pelos presbíteros. Como nação, quando é feito a convocação por um governante civil que é realmente cristão, e tem o propósito de direcionar todo o país ao arrependimento, e à submissão a Deus.
A prática do jejum não deve ser feita sem o devido cuidado, em que cada indivíduo deve observar a sua condição física. Cada pessoa possuí necessidades singulares, por isso, ela deve ser ciente das suas limitações, e tomar o cuidado necessário para que desejando obter saúde espiritual, não venha prejudicar a sua saúde física.

1. Não podemos esquecer de que o jejum, como o dia do descanso, foi feito para o homem, e não o homem para o jejum. Nada deveria levar a abstinência a tal extremo ao ponto de por em perigo a saúde física. Mas, quando a fraqueza física aparece por causa do jejum, não se deve pensar que não se é capaz de jejuar.

2. Se alguém tem problemas físicos (diabete, gastrite, úlcera, pressão alta, etc.), pode-se fazer um jejum parcial. Não coma para satisfazer o seu apetite, mas coma apenas para satisfazer a necessidade, evitando o mal-estar. Alimente-se de frutas, legumes, verduras, e água, apenas o necessário, de modo que não agrave o estado de saúde debilitada.

3. Se o seu trabalho exige esforço físico e você necessita se alimentar bem, faça um jejum por um período de tempo menor. Não pense que, porque o seu jejum não pode ser por um período longo que não será aceito por Deus, pois, Ele quer misericórdia, e não sacrifício (Os 6:6).

4. Ensine aos seus filhos sobre o jejum, e o modo como podem praticá-lo, pois, talvez, sejam incapazes de jejuar por um dia todo, mas, podem jejuar apenas um período do dia. Tenha cuidado para não prejudicar os filhos causando neles desnutrição.

5. Tenha cuidado de tomar uma quantidade suficiente de água quando estiver jejuando. Não beba refrigerante, sucos, café ou chá, pois eles satisfazem a fome, e podem prejudicar o objetivo do jejum.

6. Planeje o seu dia para que você possa ter em mente, durante o dia, que este período está separado para revelar a sua insuficiência, e a suficiência de Deus na sua vida.

7. Neste dia você não deve passá-lo ocioso, ou com ocupações de diversão e entretenimento. Ele deve ser seriamente dedicado para a oração, leitura das Escrituras e reflexão acerca da circunstância que motiva o jejum. Mas, se for um dia normal de trabalho e compromissos, mantenha em mente o seu propósito de jejuar.

8.Tenha cuidado para que o seu semblante não anuncie publicamente que está jejuando (Mt 6:1,16). Não demonstre uma cara de tristeza e angústia, mas mantenha a normalidade do seu dia, como outro qualquer. Não busque a atenção das pessoas sobre você, de modo que fique demonstrando o seu jejum (Mt 6:16-18). Mas, se alguém lhe perguntar porque você não está comendo, procure de maneira discreta responder-lhe que está em jejum, sem prolongar muito o assunto. Não há necessidade de mentir.

9. Quando você for iniciar o seu período de jejum, e também quando findá-lo, faça de modo solene. Recolha-se a um lugar, separe uma porção das Escrituras para meditar durante o tempo em que estiver jejuando, ore e estabeleça o início e o fim deste momento de consagração. No momento de terminar o jejum, também recolha-se, ore e entregue o seu jejum, agradecendo a Deus, porque Ele lhe preservou capacitando-o a cumprir este santo propósito.