13 dezembro 2007

Por que somos presbiterianos? - 9

Somente através da obra de Cristo poderemos ser salvos. Não temos nenhum outro mediador pelo qual seja possível acontecer uma reconciliação com Deus, a não ser Jesus Cristo, a segunda pessoa da Trindade (1 Tm 2:5). Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1:29). Cremos que a Sua morte expiatória na cruz satisfaz a justiça de Deus e, elimina completamente a culpa de todos aqueles que nEle crêem (Rm 3:24-25), redimindo-os dos seus pecados (Ef 1:7); e, que a Sua humilhação durante o Seu ministério foi perfeitamente justa, santa e obediente à lei de Deus. A Sua obra Lhe confere autoridade para declarar justo todos quantos o Pai Lhe deu (Jo 6:37,39,65). Toda a obra expiatória de Cristo é suficiente para a nossa salvação (Rm 8:1).

O nosso Senhor Jesus se fez um de nós para ser o nosso substituto. Ele é o nosso único representante diante de Deus. A Aliança da Graça estipulava que o Filho viesse ao mundo para cumprir a vontade do Pai, ou seja, que viesse morrer pelos Seus escolhidos (Jo 4:34; 6:38-40; 10:10). A nossa culpa e merecida condenação caiu sobre Ele (Hb 2:10). O Filho de Deus não desceu ao lugar chamado inferno, mas os sofrimentos do inferno se fizeram presentes em Sua alma. O Pai retirou a Sua presença consoladora e derramou sobre Jesus a Sua ira divina punindo o nosso pecado nEle. As nossas iniqüidades estavam sobre o Filho, e a justa ira de Deus veio sobre o nosso pecado na cruz (Hb 2:10). Jesus tornou-se amaldiçoado em nosso lugar sobre o madeiro (2 Co 5:21).

A Confissão de Fé de Westminster declara que "aprouve a Deus em seu eterno propósito, escolher e ordenar o Senhor Jesus, seu Filho Unigênito, para ser o Mediador entre Deus e o homem, o Profeta, Sacerdote e Rei, o Cabeça e Salvador de sua Igreja, o Herdeiro de todas as coisas e o Juiz do Mundo; e deu-lhe desde toda a eternidade um povo para ser sua semente e para, no tempo devido, ser por ele remido, chamado, justificado, santificado e glorificado" (CFW VIII.1).

A justificação de Cristo sobre nós exige que tenhamos uma vida coerente com a Sua justiça. O apóstolo Pedro declara que “porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos, o qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca; pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente, carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados” (1 Pe 2:21-24).

Este Jesus é pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou a pedra angular. E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos (At 4:11-12).

05 dezembro 2007

Por que somos presbiterianos? - 8

Cremos que a causa da nossa salvação não depende das nossas virtudes pessoais, nem de qualquer esforço que envolva o merecimento conquistado pelas nossas virtudes. O único meio pelo qual o Espírito Santo aplica a salvação ao coração humano é a fé. Entretanto, deve ser lembrado que a é dom de Deus e não uma virtude humana (Rm 4:5; Ef 2:8-9; Fp 1:9). Mas, mesmo que ela fosse uma virtude humana ainda assim seria imperfeita, insuficiente e desmerecedora da graça de Deus. O Breve Catecismo de Westminster define este dom: fé em Jesus Cristo é uma graça salvadora, pela qual o recebemos e confiamos só nele para a salvação, como ele nos é oferecido no Evangelho (BCW perg/resp. 86).

A justificação é pela fé somente nas obras de Cristo. Ela é a causa instrumental da nossa salvação. Nenhum homem pode ser salvo, a não ser que creia na eficácia da expiação realizada por Cristo, confiando exclusivamente nele (Rm 1:17; Tt 3:4-7; 1 Jo 5:1). A justiça de Cristo que é imputada sobre nós nos concede, garante e mantém-nos aceitos na comunhão eterna de Deus.

A fé envolve toda a personalidade do indivíduo. Este dom divino move vivificando salvificamente o entendimento, a vontade e as emoções. Entendemos por fé, não um sentimento vago e infundado, ou uma mera credulidade (Hb 11:1-3); mas, ela é o dom do Espírito Santo, que é a capacidade crêr com um correto conhecimento, com uma firme convicção e confiança na Palavra de Deus que aponta para o senhorio de Cristo. Pela fé o eleito de Deus é convencido da culpa e do pecado, e se arrepende com real tristeza e, estende as mãos vazias para receber de Deus o perdão imerecido, descansando na suficiência da justiça de Cristo (Rm 5:1; Hb 11:6).

A verdadeira fé produz santas e boas obras que evidenciam a salvação e glorificam a Deus. A salvação é pela fé somente, mas a fé que salva nunca está sozinha. A fé salvadora produz amor prático ao próximo, santidade pessoal em obediência à Palavra de Deus. A Escritura Sagrada declara que "pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas" (Ef 2:10).