22 março 2008

O túmulo está vazio!

Jesus Cristo esteve morto desde a tarde da Sexta-feira até a madrugada do Domingo. Os discípulos testificaram a morte do Mestre (Mc 15:44-45; Jo 19:32-34) e os seus inimigos também (Jo 19:31). Não há registro de que alguma vítima de crucificação tenha conseguido sobreviver tão terrível penalidade. Caso ainda estivesse vivo, a lança do soldado romano seria suficiente para por fim ao seu intenso sofrimento; entretanto, sabemos que do corte saiu "água e sangue" (Jo 15:34). Ele não esteve apenas desmaiado, em coma, ou num estado de catalepsia. Jesus esteve realmente morto e foi sepultado!

No Domingo, o nosso redentor levantou dentre os mortos (Mc 15:44-45; Jo 19:32-43). Ele ressuscitou no mesmo e verdadeiro corpo, mas com novas qualidades espirituais, ou seja, Cristo não apareceu como um espírito desencarnado, ou noutro corpo, mas no mesmo corpo mutilado e sepultado. Entretanto, por que os discípulos não Jesus reconheceram de imediato quando o viram (Lc 24:13-35)? A resposta é simples: o seu corpo ressurreto estava transformado num corpo incorruptível, poderoso, espiritual e glorioso (1 Co 15:42-44). A sua aparência física havia se transformado! O seu aspecto envelhecido por causa do seu sofrimento (Jo 8:57), bem como as marcas da tortura foram transformadas, porque toda a conseqüência do nosso pecado em seu corpo desapareram. As únicas marcas que propositalmente permaneceram após a sua ressurreição foram as marcas dos pregos e da lança para que testemunhassem quem ele realmente era (Lc 24:36-43)!

A ressurreição do nosso redentor assegura-nos maravilhosos benefícios. Ela inaugura uma nova ordem (Cl 1:8), isto é, o seu reino inicia, e agora desfrutamos da sua intercessão e da aplicação dos seus méritos, através do Espírito Santo, de modo que andamos em novidade de vida, não mais escravos do pecado. Jesus é o Senhor dos vivos e dos mortos (Rm 14:9). Pela sua vitória sobre a morte somos regenerados (1 Pe 1:3), recebemos poder para nos tornarmos filhos de Deus (Jo 1:12), nele somos justificados (Rm 4:25), e aguardamos a nossa ressurreição final (1 Co 6:14; 2 Co 4:14). Por isso, "meus amados irmãos, mantenham-se firmes, e que nada os abale. Sejam sempre dedicados à obra do Senhor, pois vocês sabem que, no Senhor, o trabalho de vocês não será inútil" (1 Co 15:58).

04 março 2008

Teologia e obediência

É lamentável que muitos ainda pensem que o treinamento teológico é algo destinado apenas a um grupo selecto. As nossas escolas dominicais poderiam ser transformadas em centros de treinamento teológico. Os nossos presbíteros poderiam receber um curso teológico para melhor supervisionar a saúde espiritual da Igreja. Gordon J. Spykman declara que “uma dogmática saudável está firmemente arraigada na vida religiosa da fé da comunidade cristã”.[1]

O treinamento teológico também visa à formação de cristãos que servirão com melhor capacitação nas igrejas. A Igreja de Cristo é um corpo composto de membros dotados com habilidades espirituais especiais. Se cada membro desenvolver o seu dom espiritual equipando-se com o mais qualificado conhecimento técnico, é muito provável que servirão melhor. Gordon J. Spykman observa que "a dogmática tem que manter abertas as linhas de comunicação com a igreja institucional na variedade de seus ministérios. A missão da igreja é equipar aos crentes com formas práticas para viverem juntos no mundo de Deus (Ef 4:11-16)."[2]

O Cristianismo não é somente uma religião, é uma cosmovisão, e por este motivo necessita ser entendido no seu todo e vivido coerentemente. Charles Colson afirmar que "o Cristianismo genuíno é mais do que relacionamento com Jesus, tanto quanto se expressa em piedade pessoal, freqüência à igreja, estudo da Bíblia e obras de caridade. É mais do que discipulado, mais do que acreditar em um sistema de doutrinas sobre Deus. O Cristianismo genuíno é uma maneira de ver e compreender toda a realidade. É uma cosmovisão, uma visão de mundo."[3]

Tendo isto em mente, os estudiosos de teologia precisam oferecer respostas e propostas cristãs para todas as áreas da sociedade. Gordon J. Spykman sugere que o esforço teológico "deveria ser moldado por uma estratégia do reino de Deus de tal maneira que possa penetrar o mercado das idéias e a arena das práticas diárias e produzir o impacto reformador do evangelho. A competência de outros eruditos capacita aos dogmáticos a ajudar ao povo de Deus a atuar mais biblicamente em assuntos políticos, econômicos, sociais e educativos."[4]

A Teologia, enquanto uma sistematização fiel da Palavra de Deus, objetiva fortalecer a sua fé. O estudo sistemático das Escrituras deve confirmar o que temos aprendido, restaurar o que temos perdido, reformar o que se tem corrompido, rejeitar o que não foi recebido, e despertar a devoção pela sã doutrina. Os cristãos são chamados por Deus para salvar não apenas a alma das pessoas, mas também as suas mentes. Para isso, os servos do Senhor nunca poderão se esquecer que crer é também pensar!

A integridade produz um poder de influência que todo cristão deve buscar (1 Tm 3:2, 10; Tt 1:6-7). John MacArthur Jr. conclui que “se nós realmente acreditamos que a verdade das Escrituras é objetiva e entendida racionalmente é tanto autoridade quanto incompatível com o erro, visto que a Bíblia é a Palavra singular do Deus vivo – devemos não apenas pregá-la, mas devemos vivê-la também.”[5]

A proclamação da fé Cristã é extraída do bojo teológico que a Igreja carrega consigo. Ela deve pregar e fazer novos discípulos. Mas anunciar o quê? O seu sistema litúrgico? A sua existência histórica? A sua influência social? Não! Ela não é testemunha de si mesma. Ela fala em nome de Cristo, e tendo o Senhor como o centro de sua mensagem. Sempre preparada para dar razão da fé (1 Pe 3:15) que fora entregue de uma vez aos santos (Jd vs.3).

Notas:
[1] Gordon J. Spykman, Teologia Reformacional, pág. 118.
[2] Ibidem.
[3] Charles Colson & Nancy Pearcey, E Agora Como Viveremos?, pág. 33.
[4] Gordon J. Spykman, Teologia Reformacional, pág. 121.
[5] John MacArthur Jr., Princípios para uma cosmovisão bíblica, pág. 71.