21 junho 2008

Os Dez Mandamentos na Família - 2

O primeiro mandamento condena adorar um deus falso, no segundo, o pecado repreendido é o da falsa adoração. Em algumas igrejas quem determina a liturgia do culto é o gosto das pessoas e, não a Escritura Sagrada. E, este é um perigo, pois nem sempre o nosso gosto está modelado pela Palavra de Deus, pelo contrário, o gosto tende a seguir os desejos e invenções do coração (Jr 17:9).

A Escritura fala de princípios de culto que não podem ser ignorados. Deus manifesta o modo como Ele quer ser adorado! Não podemos pensar que idolatria é meramente o inclinar-se diante de uma imagem. Os evangélicos pensam que não caem neste pecado, pelo fato de não terem imagens em seus cultos ou em seus lares, entretanto, idolatria envolve o falso culto, ou seja, buscar a Deus sem a simplicidade da adoração “em espírito e em verdade” (Jo 4:24). O Catecismo Menor de Westminster declara que “o segundo mandamento proíbe adorar a Deus por meio de imagens, ou de qualquer outra maneira não prescrita na sua Palavra” (perg./resp. 51). Toda invenção e acréscimo no culto que não seja centralizado em Deus, que não preserve a simplicidade, ou que induza ao entretenimento do auditório tirando a glória de Deus, é idolatria. E, este pecado é tão presente nos cultos evangélicos, como as imagens nos templos católicos!

Aplicando à família podemos pensar quão difícil é sarar a idolatria revestida de tradição. Existem práticas e costumes idólatras enxertados na veia familiar que são passadas gerações a gerações, sem a preocupação se aquilo é aprovado pela Palavra de Deus. Repete-se sem entendimento, somente porque “a minha família sempre fez assim”! Entretanto, isto tem conseqüência. Após a saída do Egito, e durante os 40 anos de peregrinação no deserto, o povo de Israel teve uma geração inteira condenada à morte, por causa da murmuração, rebeldia e da idolatria. Apenas os seus filhos puderam entrar na terra prometida. O livro de Deuteronômio faz constante menção “aos pais”, por vezes, advertindo dos seus pecados (Dt 7:1-5), para que não fossem repetidos pela nova geração. Após o assentamento do povo na terra de Canaã, Josué os desafia, dizendo: “porém, se vos parece mal servir ao SENHOR, escolhei hoje a quem sirvais: aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam dalém do Eufrates, ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e minha casa serviremos ao SENHOR” (Js 24:15).

O culto doméstico é onde os pais ensinam aos seus filhos Quem deve ser adorado. Pais omissos em seu dever de ensinar aos seus filhos como devem adorar a Deus, permitem que os modismos dos últimos ventos de doutrinas empurrem para a desordem litúrgica e irreverência, muitas vezes confundida com uma falsa intimidade com o Senhor. Se os pais ensinassem, em casa, os seus filhos como orar, como cantar, como ler as Escrituras e como respeitar a tremenda presença do Santo Deus, então, os cultos das reuniões do povo de Deus teriam maior qualidade.