19 novembro 2009

Sinais de um não convertido

1. Quando um homem em seu desejo de agradar seu apetite, não faz isto visando um objetivo mais elevado, ou seja, a sua preparação para o serviço de Deus, mas somente para seu próprio prazer (claro que ninguém faz tudo conscientemente visando o serviço de Deus. Entretanto, uma vida gasta no serviço de Deus é ausente do prazer carnal, de maneira geral).

2. Quando ele procura mais ansiosa e diligentemente a prosperidade do seu corpo do que da sua alma.

3.Quando ele não se abstêm de seus prazeres, mesmo quando Deus os proíbe ou quando ferem a sua alma, ou quando as necessidades da sua alma clamam que os deixe. Mas ele tem que ter seu prazer, não importa o que lhe custe; e é tão persistente nisto, que não o pode negar.

4. Quando os prazeres da carne excedem os deleites em Deus, Sua Santa Palavra e caminhos, e as expectativas de prazer infinito. E isto não só na paixão, mas na estima, escolha e ação. Quando ele prefere estar em um jogo, ou festa, ou outro entretenimento, ou adquirindo boas pechinchas ou lucros do mundo, do que viver na vida de fé e amor, que seria um modo santo e divino de viver.

5. Quando os homens fixam suas mentes em planejar e estudar para fazer provisão para os prazeres da carne e isto ocupa o primeiro lugar em seus pensamentos e lhe é prazeroso.

6. Quando eles conversam, ou ouvem, ou lêem mais coisas agradáveis à carne do que àquelas que deleitam o espírito.

7. Quando eles amam a companhia de pessoas carnais, mais do que a comunhão dos santos, nos quais eles poderiam ser exercitados no louvor ao Seu Criador.

8. Quando eles consideram que o melhor lugar para viver e trabalhar é onde eles podem satisfazer sua carne. Eles preferem estar onde têm coisas fáceis e onde nada falta para o corpo, do que em lugares onde têm muito melhor ajuda e provisão para a alma, apesar da carne ser atormentada por isso.

9. Quando ele está mais disposto a gastar dinheiro para agradar sua carne, do que para agradar a Deus.

10. Quando ele não acredita ou gosta de nenhuma doutrina exceto a “crença-fácil” (isto é, a fé que não requer obediência aos ensinos bíblicos) e odeia a mortificação dos seus pecados, que classifica como “legalismo” muito rígido. Por estes sinais e outros semelhantes, podemos facilmente conhecer o homem carnal.

Escrito por:
Richard Baxter

04 junho 2009

Somos uma igreja discipuladora

O que é discipulado? Para responder esta questão precisamos partir do modelo apresentado por Jesus, que é o mestre dos mestres. O nosso redentor teve um ministério onde ensinou multidões, mas concentrou a sua mensagem no treinamento de seus discípulos, formando a base do seu ministério. John Sittema descreve o que O Senhor Jesus fez, ou seja, discipular é “reproduzir a si mesmo e sua fé na vida de outros.” Por isso, devemos perguntar quem precisa ser discipulado? É o apóstolo Paulo que nos responde:“e o que da minha parte ouviste através de muitas testemunhas isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros” (2 Tm 2:2). Em nossa igreja decidimos que aqueles que assumiram um compromisso com Cristo, os novos na fé, os filhos de membros que desejam ser membros, pessoas que vieram de outras igrejas, ou irmãos que precisam de treinamento para acelerar o seu crescimento doutrinário são candidatos ao discipulado. O discipulado é uma segura porta de entrada!

Qual a importância do discipulado? O Senhor Jesus disse: “indo, portanto, fazei discípulos... ensinando-os a guardar tudo o que vos tenho ordenado.” (Mt 28:19-20). Com o discipulado temos um rico recurso de conhecer a Deus por meio de Jesus, e glorifica-lo num relacionamento construtivo como Igreja. Nesse relacionamento construtivo o alvo é preparar discípulos para um envolvimento nos ministérios e departamentos da igreja, proporcionando um fortalecimento qualitativo, que resultará naturalmente na multiplicação de outros discípulos sadios na fé. Novamente podemos citar Sittema observando que “esse processo requer o desenvolvimento de um relacionamento de confiança, de exemplo, de revelação do nosso coração e da nossa fé ao discípulo que, por sua vez deve imitar o padrão de fé do seu mestre.” Evidentemente não podemos confundir, porque o Senhor Jesus exige que façamos discípulos dele e não nossos.

O propósito do discipulado é um só, todavia, ele é como uma corda trançada de vários fios. Podemos mencionar os elementos que somam ao principal motivo. Primeiro, ao aplicar o discipulado apresentamos o evangelho da salvação aos eleitos de Deus proporcionando a oportunidade para que o Espírito Santo aplique a graça irresistível. Evangelizar é compartilhar Jesus, no poder do Espírito, deixando os resultados para Deus, visando a reeducação para uma vida transformada. Segundo, através do discipulado preciosas vidas são libertas das trevas e do poder de Satanás para luz do reino do Filho de Deus. Terceiro, com o discipulado a igreja cresce espiritual e numericamente, por isso, Paulo disse que o discipulado deve ser feito “... com vistas ao aperfeiçoamento dos santos” (Ef 4:12). E, por último, pelo discipulado ensinamos as pessoas a reconhecer a soberania de Cristo sobre todas as esferas da vida humana, inclusive na ciência, na arte, na educação, na economia, na política e na recreação. Lembrando que o propósito essencial que envolve todos os demais é a glória de Deus. O profeta Oséias disse “conheçamos e prossigamos em conhecer ao SENHOR; como a alva, a sua vinda é certa; e ele descerá sobre nós como a chuva serôdia que rega a terra” (Os 6:3, ARA).

21 maio 2009

Eu creio em pessoas

Não podemos ignorar que são pessoas que atraem pessoas. É errado pensar que pessoas vêem aos nossos cultos porque temos um excelente templo, estacionamento, ar condicionado, salas de aula, confortáveis assentos, e etc.. É tolice alimentar esta superficial conclusão! Em termos de estrutura física existem comunidades melhores do que a nossa. A verdade é que pessoas permencem na igreja local porque se identificam com outras pessoas, que têm os mesmos valores, interesses e desejo de servir a Deus. Elas carecem ser bem recebidas. São pessoas que amam pessoas, e percebem convincentemente que são amadas. Não há dúvidas que o amor atrai e consolida relacionamentos, especialmente quando este vínculo é estabelecido no amor de Cristo Jesus.

São pessoas que Deus usa para instruir pessoas. As pessoas que chegam ao nosso meio ficam, porque se identificam com os nossos valores. O culto centralizado em Deus, a centralidade da Palavra de Deus decidindo tudo o que cremos e fazemos, a nossa submissão à autoridade da soberania de Deus em sustentar e dirigir todos os eventos em nossa vida. Todavia, apenas gostar do nosso estilo de ser igreja não basta, é absolutamente necessário que entendam que a nossa identidade surge da herança Reformada do século dezesseis. Assim, precisamos ensiná-las não somente a nossa história, mas, quais são as nossas crenças, os nossos valores, a nossa ética, o que é ser calvinista, o que é ser presbiteriano! Não é uma prática apenas teórica, mas, comunicar tudo isto com o nosso coração, com o compromisso vivo de servir e glorificar a Deus acima de todas as coisas, e com tudo o que somos.

São pessoas que refletem a imagem e a glória de Deus. O Senhor Deus nos predestinou, chamou e justificou para a santificação, ou seja, para sermos transformados à imagem de Cristo Jesus (Rm 8:28-29). É viver um grato amor a Deus por tudo o que graciosamente Ele realiza em nosso favor! Também é nossa responsabilidade instruir outros dos nossos irmãos a andarem como Cristo andou. Através do discipulado, do exemplo, da comunhão, do compartilhar da fidelidade do Senhor em nossa vida, e da prática da Palavra de Deus, precisamos manifestar a glória de Deus onde formos e com quem estivermos. Deus usa pessoas, e por isso, Ele fez do seu único Filho uma pessoa como nós, para que se identificasse conosco, e se tornasse o nosso representante, sofresse em nosso lugar, e seja entre nós e o nosso Deus o nosso único mediador, tornando-se o nosso suficiente redentor.

29 abril 2009

Estamos crescendo, e você?

Estamos crescendo numericamente! Há quase três anos e meio, a freqüência de pessoas nos cultos era triste. Ver vários bancos vazios, e pouca expressividade nas reuniões não era algo que enchia o coração de alegria. As sociedades internas, os grupos familiares e a própria Escola Dominical oscilava muito em quantidade de irmãos que realmente se compremetiam em estar presentes. Estamos experimentando uma nova situação! Há novas pessoas e um renôvo no interesse dos membros em estarem reunidos aprendendo da Palavra de Deus, há alegria, desejo de comunhão, e visitantes contínuos e outros interessados em conhecer o Senhor Jesus. A interação entre os irmãos, motivada pela vivência da mutualidade, o "uns aos outros", a prática do discipulado e as pessoas que têm se interessado em conhecer ao Senhor Jesus, são meios de se incluir em nossa família presbiteriana. Novas famílias somam conosco, e são partem de nós. Estamos crescendo, e você?

Estamos crescendo potencialmente. Deus tem levantado novas lideranças e somado com os que já atuavam na igreja. Temos vários homens e mulheres experientes, jovens e adolescentes compremetidos com o Reino de Deus, e crianças que desde agora aprendem a necessidade de participar de projetos e, aprendem a dirigir inclusive a liturgia do culto. Projetos como a implantação duma congregação em Jaci-Paraná, ampliação dos grupos familiares, atividades dinâmicas das sociedades internas, cursos de treinamento para líderes [atualmente o Cosmovisão cristã], são oferecidos visando o crescimento e descobrimento de líderes. Estamos crescendo, e você?

Estamos crescendo espiritualmente. Este não deve ser visto apenas como o aprendizado teológico! É fato que os membros, que assiduamente participam dos cultos doutrinários de Quarta-feira, da Escola Dominical, e atentamente ouvem o sermão de Domingo à noite, bem como aqueles que se interessam em participar dos cursos oferecidos em nossa igreja, crescem intelectualmente, porque eles aprendem novos assuntos. Entretanto, crescimento espiritual refere-se à maturidade de um modo integral! Começa pelo entendimento, ou seja aprendizado da Palavra de Deus, segue-se a prática e o contínuo experimentar da verdade no dia a dia, e os valores de Deus tornam parte existencial de suas vidas para a eternidade. São pessoas que sabem viver como Deus quer, e podem instruir outros discípulos como andar mais intimamente com Cristo. Estamos crescendo, e você?

13 março 2009

Porque não bebo nada alcóolico!

No ano de 1938 o Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil tomou a seguinte resolução acerca de vícios, consumo de álcool e fumo como segue:

AG-1900-021 - Vícios Sociais - Todos os obreiros da Igreja Presbiteriana do Brasil devem combater com insistência os vícios, os exageros da moda e tudo quanto rebaixe o nível da espiritualidade. 1) BEBIDAS ALCOÓLICAS - A. Recomendar a todos os concílios inferiores envidem esforços para que os membros da nossa Igreja se esforcem para abandonar o uso, mesmo moderado, de todas as bebidas alcoólicas, exceto remédios. AG-1900-021. B. Recomendar a todos os membros da nossa Igreja que são fabricantes ou negociantes de bebidas alcoólicas que se esforcem para deixar esse ramo de negócio ou meio de vida, a fim de não concorrerem, nem direta, nem indiretamente para a ruína do corpo e da alma de seus semelhantes. AG-1900-021. C. Recomendar aos Presbitérios que tomem medidas positivas e eficazes para combater a fabricação e venda de bebidas alcoólicas por membros da Igreja. AG-1920-029. 2) FUMO - FUMANTES - A. Seria muito desejável que nenhum oficial da Igreja fumasse; mas, também julga que esse critério isolado afastaria desses cargos homens que tem outras qualificações para exercê-los e admitiria indivíduos aos quais faltariam outros requisitos essenciais. AG-1936-040 e AG-1936-041. B. O SC/IPB declara que tudo o que destrói o corpo, que é o Templo do Espírito Santo, é pecado e deve ser evitado; não obstante, reconhece que é a Igreja constituída de crentes que estão caminhando em santificação, uns mais e outros menos, devendo os conselhos esforçarem-se por conseguir o melhoramento espiritual de maneira amistosa e fraternal. AG-1936-042. C. As resoluções constantes nas Atas de 1936, às páginas 40-42, já em vigor, quanto ao fumo e aos fumantes, devem ser reafirmadas e divulgadas pelos concílios. SC-1938-022.


Sei que apesar da resolução existem, inclusive pastores presbiterianos, que defendem o consumo moderado de bebidas alcóolicas. Mas, tratando a questão pastoralmente peso algumas questões práticas, e peço que leiam e as considerem em seu coração, no temor do Senhor:

1. A possibilidade de despertar um vício sempre está presente... . Aqui em Porto Velho acompanhamos um Centro de Recuperação de alcóolicos e tóxicos em geral, a APATOX, e lhes garanto que a melhor igreja para eles congregarem é em lugares onde pessoas são abstêmias.
2. A possibilidade de causar escândalos por causa de bebidas, nunca é extinta. Porque, para alguns, o beber em público é errado, e o beber familiarmente não tem problema?
3. A possibilidade de prejudicar uma família inteira com traumas e desestruturando-a é uma indesejável, mas presente ameaça.
4. A possibilidade de desenvolver algumas doenças por causa do álcool é um temor dispensável.
5. A possibilidade de influenciar os jovens e novos convertidos a usarem a mesa da bebida como um ponto de comunhão [como sei que ocorre em alguns lugares neste enorme Brasil, em que após o culto, alguns jovens saem e vão à bares e lanchonetes para beber, e não poucas vezes sem moderação].

Parece-me que estas indesejáveis, vergonhosas e dolorosas possibilidades são uma preocupação, mesmo daqueles que ingerem álcool de boa consciência...

Por isso, tenho com minha família [esposa e 2 filhos, a Rebeca de 3 anos e João Marcos de 1 ano] a seguinte prática preventiva:
1. Tudo o que não pudermos orar a Deus, de boa consciência, e agradecer como algo que irá nos fazer bem não comeremos, nem beberemos, quer seja por causa do excesso, prejuízo, dependência, ou perca do domínio próprio.
2. Tudo o que os meus filhos não puderem comer ou beber, por uma questão de saúde, eu e minha esposa também não o faremos, por uma questão de exemplo.

O uso moderado de bebidas alcóolicas não é uma forma segura de se evitar o alcoolismo! Diga-se de passagem ninguém que é dependende iniciou o seu vício tomando grandes doses, mas gradativa e inadvertidamente chegaram lá. Esta é a história de alguns internos da APATOX...

Penso que a questão não é de julgar, ou condenar quem bebe alcool, mas de pesar os prejuízos que ele causa em nossas famílias e em nossas igrejas.

um respeitoso abraço aos que discordam,
Ewerton B. Tokashiki