06 abril 2012

A teoria de Charles Darwin e suas implicações éticas

Escrito por D. C. Spanner


A grande obra de Charles Darwin (1809-1882) foi “A origem das espécies por meio da seleção natural, ou a preservação das raças favorecidas na luta pela vida” (1859) foi um hiato na relação entre a ciência e a fé cristã. A sua teoria foi a primeira sobre a evolução orgânica que deu uma explicação plausível, em termos de processos puramente naturais, de como as criaturas vivas haveriam se diversificado adotando formas altamente complexas e formosas por mudanças graduais produzidas ao longo de enormes prazos de tempo. Ao fazê-lo, desafiava o argumento do design (o fato de que o design implica num Projetista) e a ideia (que muitos consideravam que representava o ensino bíblico) de que todas as espécies de plantas e animais seriam criadas individualmente e, numa época que não supera alguns milhares de anos atrás. Isto resultava de certa forma, indigesto a muitos no caso da espécie humana; parecia-lhes que roubava ao homem o ser “a imagem de Deus” e o reduzia a um status puramente animal. Os conceitos bíblicos do pecado e da Queda pareciam perder a sua validade, assim como qualquer ideia de que a raça humana tivesse um objetivo preordenado. Aparentemente Deus seria substituído pelo azar e a necessidade.

O Darwinismo teve um impacto considerável na moralidade privada e também aliada à ideia de Herbert Spencer (1820-1903) sobre a “sobrevivência do mais forte” na esfera dos negócios e da ética política (por exemplo: o racismo). As questões que suscitou a teoria de Darwin seguem muito ativas hoje em dia, e a doutrina bíblica da criação não sucumbiu, nem muito menos, a sua influência. De fato, em muitos sentidos a teoria evolucionista teve que passar a defender-se, se bem que teve êxito em forçar aos intérpretes em pensar duas vezes (como o fez a teoria heliocêntrica de Copérnico) certas formas antigas, mas superficiais de compreender o texto bíblico.


Extraído de David J. Atkinson & David H. Field, orgs., Diccionario de ética Cristiana y teologia pastoral (Terrassa, CLIE, 2004), pp. 409.

Traduzido por Rev. Ewerton B. Tokashiki
6 de Abril de 2012.