28 março 2015

As Marcas da Masculinidade

Por Albert Mohler Jr.

Quando um rapaz se torna homem? A resposta a essa pergunta está muito além do aspecto biológico e da idade. Conforme definida na Bíblia, a masculinidade é uma realidade funcional, demonstrada no cumprimento, por parte do homem, de responsabilidade e liderança. Com isso em mente, gostaria de sugerir treze marcas da masculinidade bíblica. Chegar a essas qualidades vitais identifica o surgimento de um homem que demonstrará verdadeira masculinidade bíblica.

1. Maturidade espiritual suficiente para liderar uma esposa e filhos.

A Bíblia é clara a respeito da responsabilidade do homem em exercer maturidade e liderança espiritual. De fato, essa maturidade espiritual demanda tempo para ser desenvolvida, bem como é um dom do Espírito Santo agindo na alma do crente. As disciplinas da vida cristã, incluindo a oração e estudo bíblico sério, estão entre os meios que Deus usa para moldar um rapaz em um homem e trazer maturidade espiritual à vida de alguém que tem a responsabilidade de guiar uma esposa e uma família. Esta liderança espiritual é central à visão cristã sobre o casamento e a família.

A liderança espiritual de um homem não é uma questão de poder ditatorial, e sim uma liderança e influência espiritual, firme e confiável. Um homem tem de estar pronto para liderar sua esposa e filhos de um modo que honre a Deus, demonstra piedade, inculque o caráter cristão e leve sua família a desejar a Cristo e a buscar a glória de Deus. A maturidade espiritual é uma marca da verdadeira masculinidade cristã; um homem espiritualmente imaturo é, pelo menos neste sentido crucial, apenas um rapaz no aspecto espiritual.

2. Maturidade pessoal suficiente para ser um marido e pai responsável.

A verdadeira masculinidade não é uma questão de exibir características supostamente masculinas destituídas do contexto de responsabilidade. Na Bíblia, um homem é chamado a cumprir seu papel de marido e pai. A menos que ele tenha o dom de celibato para o serviço do evangelho, o rapaz cristão deve almejar o casamento e a paternidade. Essa é, com certeza, uma afirmação contrária à nossa cultura, mas o papel de marido e pai é essencial à masculinidade. O casamento é incomparável em seus efeitos sobre o homem, visto que canaliza suas energias e direciona suas responsabilidades à consagrada aliança do casamento e à educação amorosa da família. Os rapazes cristãos devem aspirar ser aquele tipo de homem com o qual uma moça cristã se casaria alegremente, a quem os filhos obedeceriam, confiariam e respeitariam.

3. Maturidade econômica suficiente para manter-se num emprego e lidar com o dinheiro.

Os publicitários e os empresários sabem a que alvo devem direcionar suas mensagens — diretamente aos rapazes e adolescentes. Esse segmento específico da população é atraído por bens materiais, entretenimento popular, eventos esportivos e outras opções de consumo. O retrato da masculinidade juvenil tornado popular nos meios de comunicação e apresentado como normal por meio de entretenimentos é caracterizado por imprudência econômica, egoísmo e lazer.

Um verdadeiro homem sabe como segurar um emprego, lidar responsavelmente com o dinheiro e atender às necessidades de sua esposa e sua família. Não desenvolver maturidade econômica significa que os rapazes freqüentemente pulam de um emprego a outro e levam anos para “se acharem” em termos de carreira e vocação. Novamente, a adolescência prolongada caracteriza grande segmento da população de rapazes em nossos dias. Um homem verdadeiro sabe como ganhar, administrar e respeitar o dinheiro. Um rapaz crente entende o perigo que existe no amor ao dinheiro e cumpre suas responsabilidades como um servo cristão.

4. Maturidade física suficiente para trabalhar e proteger a família.

A menos que seja incapacitado ou enfermo, um rapaz precisa desenvolver uma maturidade física que, por meio de estatura e vigor, identificam uma masculinidade reconhecível. É claro que os homens atingem diferentes tamanhos e demonstram diferentes níveis de vigor físico, mas a maturidade é comum a todos os homens, pela qual um homem demonstra sua masculinidade em ações, confiança e força. Um homem tem de estar pronto a usar sua força física para proteger a esposa e os filhos e cumprir as tarefas que Deus lhe designou. Um rapaz tem de ser ensinado a canalizar seu desenvolvimento e porte físico a um compromisso pessoal de responsabilidade, reconhecendo que o vigor adulto tem de ser combinado com a responsabilidade de adulto e a verdadeira maturidade.

5. Maturidade sexual suficiente para casar e cumprir os propósitos de Deus.

Mesmo quando a sociedade celebra o sexo em todas as formas e todas as idades, o verdadeiro homem cristão pratica a integridade sexual, evitando pornografia, fornicação e todas as formas de promiscuidade e corrupção sexual. Ele entende o perigo da lascívia, mas se regozija com a capacidade sexual e poder reprodutivo que Deus lhe deu, comprometendo-se com uma moça, ganhando o seu amor, confiança e admiração — e, eventualmente, sua mão em casamento. É crucial que os homens respeitem esse dom inefável e o protejam até que, no contexto de um casamento santo, sejam capazes de satisfazer esse dom, amem sua esposa e almejem os filhos, que são dons de Deus. A sexualidade masculina divorciada do contexto e da integridade do casamento é uma realidade explosiva e perigosa. O rapaz precisa entender, enquanto atravessa a puberdade e o despertamento da sexualidade, que ele é responsável para com Deus pela administração deste importante dom.

6. Maturidade moral suficiente para liderar como um exemplo de retidão.

O padrão vulgar de comportamento dos rapazes é, em geral, caracterizado por negligência, irresponsabilidade e coisas piores. À medida que um rapaz se desenvolve até à masculinidade, ele tem de desenvolver maturidade moral, enquanto aspira a retidão, o aprender a pensar como um cristão, agir como um cristão e mostrar aos outros como fazer isso.

O homem cristão deve ser um exemplo para os outros, ensinando tanto por preceito como por exemplo. É claro que isso exige o exercício de raciocínio moral responsável. A verdadeira educação moral começa com um entendimento claro dos padrões morais e deve mover-se a um nível de raciocínio moral mais elevado, pelo qual um rapaz aprende como os princípios bíblicos são transformados em viver piedoso e como os desafios morais de seus dias devem ser confrontados com as verdades reveladas na infalível e inerrante Palavra de Deus.

7. Maturidade ética suficiente para tomar decisões responsáveis.

Ser um homem implica tomar decisões. Um das tarefas mais fundamentais da liderança é decidir. O estado de indecisão de muitos homens contemporâneos é a evidência de uma masculinidade atrofiada. É claro que um homem não se precipita a tomar uma decisão sem refletir, considerar e ter cuidado, mas ele se expõe a um risco, ao tomar uma decisão — e ao torná-la permanente. Isso exige uma responsabilidade moral que se estenda à tomada de decisões éticas e maduras, que glorifiquem a Deus, sejam fiéis à Palavra de Deus e estejam abertas ao escrutínio moral.

Um verdadeiro homem sabe como tomar uma decisão e viver com suas conseqüências — embora isso signifique que, mais tarde, ele terá de reconhecer que aprendeu por tomar uma decisão errada e por fazer a correção apropriada.

8. Maturidade de percepção do mundo suficiente para entender o que é realmente importante.

Uma inversão de valores caracteriza nossa era pós-moderna, e a situação desagradável da masculinidade moderna se torna mais apavorante pelo fato de que muitos homens não têm a capacidade de desenvolver uma percepção de mundo consistente. Para o crente, isso é duplamente trágico, pois nosso discipulado cristão tem de ser demonstrado no desenvolvimento de uma mente cristã.

O cristão tem de entender como interpretar e avaliar as questões pelo espectro dos campos da política, economia, moralidade, entretenimento, educação e uma lista aparentemente interminável de outros campos. A ausência de um raciocínio bíblico e consistente da percepção do mundo é um característica fundamental da imaturidade espiritual. Um rapaz tem de aprender com traduzir a verdade cristão em uma maneira de pensar genuinamente cristã. Precisa aprender a defender a verdade bíblica perante seus colegas e em pública; e deve adquirir a habilidade de estender sua maneira de pensar bíblica, fundamentada em princípios bíblicos, a todas as áreas da vida.

9. Maturidade relacional suficiente para entender e respeitar os outros.

Os psicólogos agora falam sobre a “inteligência emocional” como um fato importante no desenvolvimento pessoal. Embora o mundo tenha dado muita atenção ao QI, a inteligência emocional é tão importante como aquele. Os indivíduos que não têm a habilidade de relacionar-se com os outros estão destinados a fracassarem diante dos mais significativos desafios da vida e não cumprirão algumas de suas mais importantes responsabilidades e papéis.

Por natureza, muitos rapazes são direcionados por seu interior. Enquanto as moças aprendem a interpretar os sinais emocionais e se conectam, muitos rapazes não possuem essa capacidade e, aparentemente, não entendem a ausência dessa habilidade. Embora o homem tenha de demonstrar força emocional, constância e firmeza, ele tem de aprender a se relacionar com sua esposa, filhos, colegas e muitos outros, de uma maneira que demonstre respeito, entendimento e empatia apropriada. Ele não aprende isso jogando videogames e entrando no mundo pessoal, o que muitos rapazes adolescentes fazem.

10. Maturidade social suficiente para fazer contribuições à sociedade.

O lar é o lugar essencial e a ênfase inescapável da responsabilidade de um homem, mas ele é chamado a sair do lar para ir ao mundo, o mundo amplo, como uma testemunha e como alguém que dará uma contribuição ao bem comum. Deus criou os seres humanos como criaturas sociais e, ainda que nossa cidadania final esteja no céu, temos de cumprir nossa cidadania na terra.

Um rapaz tem de aprender a cumprir uma responsabilidade política como cidadão e uma responsabilidade moral como membro de uma comunidade. O homem crente tem uma responsabilidade civilizacional, e os rapazes devem aprender a se verem como formadores da sociedade, visto que a igreja é identificada pelo Senhor como luz e sal. De modo semelhante, um homem crente tem de aprender a se relacionara com os incrédulos, como testemunha e como cidadãos de uma pátria terrestre.

11. Maturidade verbal suficiente para se comunicar e falar como homem.

Um homem tem de ser capaz de falar, ser entendido e se comunicar de um modo que honre a Deus e transmita a verdade de Deus aos outros. Além do contexto da conversa, o rapaz deve aprender a falar diante de grandes grupos, vencendo a timidez natural e o temor que resulta de ver um grande número de pessoas e abrindo a boca e projetando palavras.

Embora nem todos os homens se tornarão oradores públicos, cada homem deveria ter a habilidade de levantar-se, formular suas palavras e argumentar quando a verdade está sob ataque e quando a fé e a convicção têm de ser traduzidas em argumentos.

12. Maturidade de caráter suficiente para demonstrar coragem em meio ao fogo.

A literatura sobre masculinidade está repleta de histórias de coragem, bravura e audácia. Pelo menos, é assim que ela costumava ser. Ora, estando a masculinidade tanto banalizada como marginalizada pelas elites culturais, e existindo subversão ideológica e confusão proveniente dos meios de comunicação, temos de recapturar um compromisso com a coragem, compromisso esse que é transportados aos desafios da vida real enfrentados pelo homem cristão.

Às vezes, a qualidade de coragem é demonstrada quando um homem arrisca sua própria vida para defender outros, especialmente sua esposa e filhos, mas também qualquer pessoa que necessita de resgate. Com muita freqüência, a coragem é demonstrada em tomar uma posição em meio ao fogo hostil, recusando-se a sucumbir à tentação do silêncio e permanecendo como um exemplo e modelo para os outros, que assim serão encorajados a se manterem firmes em sua própria posição.

Nestes dias, a masculinidade bíblica exige muita coragem. As ideologias prevalecentes e as cosmovisões desta era são inerentemente hostis à verdade cristã e corrosivas à fidelidade cristã. Um rapaz precisa ter muita coragem para se comprometer com a pureza sexual, e um homem, para se dedicar exclusivamente à sua esposa. É necessário grande coragem para dizer não àquilo que esta cultura insiste serem os prazeres e deleites legítimos da carne. É necessário muita coragem para manter integridade pessoal em um mundo que desvaloriza a verdade, menospreza a Palavra de Deus e promete auto-realização e felicidade somente pela asseveração da absoluta autonomia pessoal.

A verdadeira confiança de um homem está arraigada nas fontes da coragem, e esta é evidência de caráter. Em última análise, o caráter de um homem é revelado no crisol dos desafios diários. Para a maioria dos homens, a vida também traz momentos em que coragem extraordinária será exigida, se ele tem de permanecer fiel e verdadeiro.

13. Masculinidade bíblica suficiente para exercer algum nível de liderança na igreja.

Uma consideração mais atenta de algumas igrejas revelará que um problemas centrais é a falta de maturidade bíblica entre os homens da congregação e a falta de conhecimento bíblico, o que torna os homens mal equipados e completamente despreparados para exercer liderança espiritual.

Os rapazes têm de familiarizar-se com o texto bíblico e sentir-se à vontade no estudo da Palavra de Deus. Precisam estar prontos a assumir seu lugar como líderes na igreja local. Deus estabeleceu oficiais específicos para a sua igreja — homens que são dotados e chamados publicamente —, por isso, todo homem crente deveria cumprir alguma responsabilidade de liderança na vida da igreja local.

Para alguns homens, isso pode significar um papel de liderança menos público do que o de outros. Em qualquer caso, um homem dever ser capaz de ensinar alguém e liderar algum ministério, transformando seu discipulado pessoal na realização de uma vocação santa. Há um papel de liderança para todo homem, em toda igreja, quer seja uma liderança pública ou privada, pequena ou grande, oficial ou extra-oficial. Um homem deve saber como orar diante dos outros, apresentar o evangelho e ocupar um lugar vazio quando a necessidade de liderança é evidente.

Fonte: Ministério Fiel: http://bit.ly/13niJKz

24 março 2015

A participação de crianças no culto ao Senhor Deus

Há algum tempo sinto-me incomodado pelo assunto "culto infantil". Decidi estudar o assunto, pois, até então o considerei algo de menor importância dentre os vários assuntos secundários da teologia e prática pastoral. Mas, ao ler e meditar sobre a sua seriedade, percebi que estava profundamente errado. Agora o meu desejo é auxiliar os meus irmãos a entenderem a gravidade de excluirmos as nossas crianças do culto solene. Não quero fazer disso um motivo de desentendimentos. Eu mesmo, sempre evitei discutir, ou até mesmo conversar sobre o assunto. Por isso, oro, e disponho-me a conversar, instruir e ajudar a mudar fazendo as adaptações necessários para sermos cada vez mais uma igreja saudável e fiéis ao Senhor Deus.

Sei dos vários argumentos pragmáticos, pois, algumas vezes usei alguns deles para acalentar a minha consciência. Mas, recordo que o nosso compromisso é com a Escritura Sagrada - como nossa única de fé e prática - e, embora não escreverei aqui um artigo advogando contra a realização do "culto infantil", deixarei alguns links para que você possa lê-los, e pensar no assunto. A minha oração é que o Senhor Deus implante em seu coração a convicção do cuidado que devemos ter com os nossos filhos, e do privilégio de como herdeiros do pacto, possam participar do culto - um ato pactual - da família da aliança!


RECOMENDO A LEITURA:

1. A família: juntos na presença de Deus - escrito por Nöel e John Piper

2. Lugar de criança é no culto - escrito por Ivonete Silva Porto

3. Sua igreja tem culto infantil? - escrito por Tom Ascol

4. Por que, na minha opinião, o "culto infantil" é um equívoco - escrito por Ageu Magalhães


Talvez, a maior preocupação dos pais é "o que o meu filho ficará fazendo durante o culto, ou especificamente no decorrer do sermão?" Pensando neste dilema, resolvi esboçar algumas ideias para ajudá-los na educação de seus filhos.

O que segue abaixo é uma sugestão de esboço do que o seu filho poderá anotar, ou desenhar, caso não seja alfabetizado. Obviamente os pais deverão se preparar antes, durante e continuar conversando sobre o sermão depois do culto, para auxiliar os seus pequeninos a adorar ao Senhor como convém!


~ AS MINHAS ANOTAÇÕES DO SERMÃO ~

CONSELHO AOS PAIS:
1. Sentem-se o mais perto do púlpito quanto possível para que as crianças vejam e ouçam bem o pregador.
2. Ao saírem de casa conversem sobre o sermão e crie a expectativa do que Deus falará com vocês.
3. A instrução simples é bem entendida pelas crianças. Por exemplo: “quando formos ler a Bíblia, abram no texto que foi pedido. Quando orarmos, fechem os olhos. Nos cânticos, cantem! E quando o pastor for pregar – prestem atenção!” Explique que assim, elas estarão participando do culto – adorando ao Senhor e ouvindo a Palavra de Deus.
4. Providenciem um “caderno especial para anotação dos sermões”. Os pais não devem recorrer a este caderno para receitas de bolos, recadinhos e lembretes de afazeres da semana. As crianças devem ser instruídas que este caderno será usado exclusivamente para anotar os sermões. Ele é especial! Leve-o sempre ao lado de sua Bíblia para o culto ao Senhor.
5. Não levem doces ou biscoitos. O culto não é momento conveniente para alimenta-los.
6. Durante a realização do culto não é hora de brinquedos. Além de atrapalhar, os seus filhos não aproveitarão nada do culto.


AS CRIANÇAS DEVERÃO RESPONDER ÀS PERGUNTAS:

1. Quem dirigiu a liturgia e quem foi o pregador?


2. Qual é o texto bíblico escolhido para o sermão?


3. Qual é a ideia mais importante do sermão?


4. Quantas vezes o pregador falou de Jesus no sermão?


5. Quais pessoas da Bíblia o pregador falou que você conhece? (Moisés, Davi, Salomão, Paulo, etc.)


6. Qual ensino você entendeu da pregação que você não sabia?


7. Qual pecado você descobriu que precisa confessar e deixar de praticar?


8. O que o sermão falou de importante que incentivou a amar mais o Senhor Jesus?


9. O que você aprendeu no sermão que o ajudará a obedecer mais os teus pais?


10. Se quiser você pode fazer um desenho de algo importante que você ouviu no sermão [pode usar o verso].